terça-feira, 3 de novembro de 2009

Avanços contra a cegueira

Uma retina biônica e terapia genética permitem o tratamento de doenças dos olhos e proporcionam visão parcial aos cegos

Greice Rodrigues

Dois importantes estudos apresentados na última semana apontam grande esperança contra a cegueira. Ambos demonstraram avanços no tratamento de doenças da

retina - a estrutura do olho responsável pela captação da imagem que será enviada ao cérebro - que podem levar à perda da visão. O primeiro

foi feito por cientistas americanos e europeus e publicado na última edição da revista científica "The Lancet". Doze pacientes participaram do experimento:

crianças e adultos que haviam perdido a visão em razão de duas enfermidades de origem genética que provocam a degeneração da retina. O método testado foi

a terapia genética. Por meio da técnica, os pesquisadores corrigiram, mesmo que parcialmente, o defeito nos genes responsáveis pelas doenças.

Semanas depois da aplicação, todos os pacientes relataram melhora da visão em ambientes mal iluminados. As crianças apresentaram maior progresso. Elas conseguiram

andar facilmente por espaços com obstáculos e pouca luz. "Restaurar a visão de pessoas que não tinham alternativa de tratamento é um grande avanço", afirmou

Katherine High, coautora do estudo e diretora do Centro de Biologia Celular e Molecular do Hospital Infantil da Universidade da Filadélfia. No Brasil,

os médicos também receberam o resultado com entusiasmo. "É o tipo de notícia que sempre esperamos. Significa uma importante mudança na qualidade de vida

dessas pessoas", disse a oftalmologista Andréa Barbosa, da Rede Copa D'Or, no Rio de Janeiro.

O outro trabalho foi apresentado por médicos do New York Presbyterian Hospital e da Universidade Colúmbia, nos EUA. O alvo eram pessoas que também haviam

perdido a visão por causa de doenças degenerativas da retina. Para a experimentação, os cientistas implantaram 60 microeletrodos na retina de 15 pacientes.

Depois, deram a cada um óculos com uma pequena câmera de vídeo acoplada, além de um microprocessador, preso na cintura. O sistema captou as imagens e as

enviou ao cérebro, onde foram processadas. "Os pacientes puderam distinguir luz na escuridão, ver o alimento em um prato e

andar por ambientes desconhecidos", afirmou o pesquisador Luciano Del Priore, professor de oftalmologia da universidade.

ISTOÉ - Independente
Medicina & Bem-estar
30/10/2009

Nenhum comentário:

Postar um comentário