quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Programas leitores de tela permitem navegação na rede

Graças aos programas leitores de tela, aproveitar o que há na internet
também é possível para quem não enxerga. Uma voz -às vezes robótica e fanha
demais- lê tudo o que está na tela e, em alguns casos, o software pode
traduzir o que está na página para uma espécie de teclado que reproduz o
sistema de linguagem braile.
Uma opção é o Jaws, vendido pelo Laratec
(*www.laratec.org.br*),
a parte tecnológica da Associação Brasileira de Assistência ao Deficiente
Visual.
A licença de instalação sai caro (R$ 2.400), mas o programa é adaptável e,
com ajustes, pode ler softwares específicos de empresas, segundo Leonardo
Gleison, técnico em tecnologia assistiva do Laratec. Gleison não enxerga
desde 2002 e considera os leitores uma "janela aberta para o mundo".
Já Antonio Carlos Grandi, deficiente visual há dez anos, coordenador e
instrutor de informática da Fundação Dorina Nowill, defende o uso do
VirtualVision, que também sai caro, por R$ 1.800
(*www.micropower.com.br*).
Grandi diz que o programa é bom para ler softwares como o Microsoft Word, o
Excel, o Outlook e o Internet Explorer.
Segundo Gleison, cada um é acostumado com um programa e sua voz. No início,
a leitura é feita em velocidade menor, mas com a adaptação a voz fica tão
rápida que quem enxerga não consegue entender. Os comandos são feitos no
teclado.
Uma opção gratuita é o NVDA, um software visto como "quebra-galho" pelos
entrevistados. Segundo Gleison, o programa tem dificuldades em ler tabelas e
tem uma voz de entendimento ruim. Grandi o destaca como opção para deixar
instalado em um pendrive e usá-lo em qualquer lugar.
Os três programas rodam em Windows e têm um problema: não podem ler as
imagens. Assim, parte da navegação na internet é perdida. Mas Grandi afirma
que alguns sites podem ser mais acessíveis se descreverem as imagens da
página e os campos de formulários colocados neles.

No próprio sistema

O Narrator, do Windows 7 (*bit.ly/msnarra* ), lê
textos na tela e descreve eventos, como mensagens de erro; o VoiceOver (
bit.ly/vover), para Mac OS, lê textos de documentos e janelas

Nos Estados Unidos: Maioria das crianças cegas não sabe ler Braille
Quase 90% das crianças norte-americanas com deficiência visual não sabem ler
e escrever porque não aprendem braile ou não têm acesso a ela, segundo a
Federação Nacional dos Cegos dos EUA. Para a organização, existem poucos
professores qualificados, conceitos errados sobre o uso da linguagem (o
braile visto como fator isolante) e crianças que têm baixa visão são
privadas de aprender os sinais.


Fonte: Folha de São Paulo - Suplemento de Informática - 27/01/2010

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