segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

"Senta Que eu Empurro!"

O bloco “Senta Que eu Empurro” foi criado por um grupo de pessoas com deficiência- dentre eles, funcionários do IBDD- no carnaval de 2008. Desde então, o bloco vem se mostrando peça fundamental para a cidadania e inclusão nessa grande festa popular brasileira. Em clima de alegria e descontração, pessoas com ou sem deficiência mostram que têm muito samba no pé, nas muletas e nas cadeiras de rodas.

Como Ana Cláudia Monteiro, gerente de Apoio à Pessoa com Deficiência do IBDD e organizadora do evento. Em 2008 e 2009, ela foi porta-estandarte do bloco carnavalesco. E ainda desfila em escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro, na ala dos cadeirantes.

Ou como Viviane Macedo, atleta do IBDD e tricampeã brasileira de Dança em Cadeira de Rodas. Nesse ano, ela será porta-estandarte do “Senta Que Eu Empurro”. O mestre-sala será seu parceiro das competições de dança, Luís Cláudio: “Vai ser um acontecimento. Porta-estandarte na avenida é uma coisa; na rua, tudo é muito diferente, mais intenso, é outra coisa. Na rua, as pessoas vão saber que, mesmo em cadeira de rodas, podemos brincar, sambar, e fazer um belíssimo bloco. E vão entender a verdadeira alegria do Carnaval”, diz Viviane, que também é funcionária do IBDD. Na Sapucaí, ela já mostrou que entende do ofício. Em 2005, foi porta-estandarte da Escola de Samba Tradição. No entanto, a nossa tricampeã gosta mesmo é do Carnaval de rua. “Eu prefiro. O carnaval da avenida é muito cheio de regras. Temos que nos prender a elas. A rua é muito melhor. Podemos exaltar nossa alegria de vida, sem preocupações. Mas com a experiência que temos na avenida e em competições de dança, eu e o Luís Claúdio vamos fazer um belíssimo trabalho. Nos esperem lá”, declara, com confiança.

O nome “Senta que eu empurro” ao mesmo tempo que retrata o universo da pessoa com deficiência, exprime um pouco da malícia e a sensualidade de nosso carnaval. “Esse nome é genial!, elogia a ex-técnica da seleção brasileira de ginástica olímpica, Georgette Vidor, cadeirante há 12 anos e frequentadora assídua do bloco: “ É um evento muito organizado. As pessoas são sempre muito animadas,descontraídas e felizes. E ninguém tem que seguir as regras rígidas dos desfiles da Sapucaí”. Para o integrante da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, Andrei Bastos, o “Senta Que Eu Empurro” não é só um bloco carnavalesco, é “uma fantástica expressão da alegria de viver das pessoas com deficiência”, diz o jornalista, cadeirante, ex-mestre sala do bloco.

É o que também pensa Georgette, “ É um momento de inclusão social super-importante e interessante: é mais uma forma de agregar pessoas com ou sem deficiência e de mostrar que todos nós temos uma vida normal, cheia de alegria e de felicidade. Basta olhar no rosto de cada um no dia do desfile.”

E para enxergar esse brilho no olhar, sorriso no rosto e foliões com muito samba- seja no pé, nas muletas ou cadeira de rodas- venham participar este ano. O bloco vai desfilar dia 12 de fevereiro, sexta-feira, e sairá da porta do IBDD, na Rua Artur Bernardes, no bairro do Catete. A concentração será às 18 horas. Os foliões exaltarão suas energias de lá até a Rua Dois de Dezembro, atravessando trecho da Rua Bento Lisboa, finalizando em frente ao Restaurante Paraíso do Chopp.

A camisa do evento custa R$15,00 e já está à venda. Poderá ser comprada no próprio IBDD ou pelo telefone 3235-9290 ou 91812750(Ana Cláudia).

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